Leia essa semana: |
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Introdução |
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Mensagem
da Parashá |
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Pais
e Filhos |
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Haftará |
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Histórias
Chassídicas |
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Cozinha
Casher |
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Palavras
do Rebe |
A Parashá (porção da
leitura da Torá) desta semana é chamada de “Vaierá – Apareceu”. Recapitulando, em nossa última semana
nos foi contado como Hashem comandou Avram
a deixar sua casa em Charan. Então Avram fez suas malas e iniciou a
jornada de sua vida. Hashem conduziu-o a terra de Canaan. Mas veio
junto com ele uma seca que o forçou a abandonar a terra prometida e
viajar para o Egito, onde um “rapto” terminou com o Faraó e família acoçados por uma praga, 400 anos antes de “Yetziat Mitzraim” (o êxodo do
Egito).
Avram foi mandado
embora do Egito por declarar que Sarai era sua irmã, mas ficou um homem
rico. De volta novamente a Canaan, o sobrinho de Avram se muda para
Sodoma e é capturado em uma guerra. Avram lutou com 5 reis e ganhou,
conquistando a liberdade de Lot. Hashem então mudou o nome de Avram
para Avraham, e de Sarai para Sarah (Sara), e prometeu que num futuro
próximo eles iam ter um filho.
A
Parashá Vaierá inicia relatando o episódio em que Avraham, apesar de
seu extremo desconforto pelo recente brit milá – circuncisão,
procura receber os viajantes que ele vê de longe nesse dia tão quente.
Àqueles que ele pensa serem três homens, mas que na verdade são anjos
enviados por
Hashem.
Os anjos entregam sua mensagem, declarando que Sara
milagrosamente dará à luz a seu primeiro filho no prazo de um ano, com
a idade de 90 anos (o próprio Avraham teria cem anos). Em seguida, eles
seguem para a cidade de Sodoma. Hashem informa a Avraham que as cidades
de Sodoma e Gomorra serão destruídas por causa da perversidade, e
Avraham responde com uma longa prece e dialoga com Hashem pedindo pelo
salvamento das cidades.
Não
havendo dez cidadãos íntegros, Hashem começa a destruir as cidades, mas
não antes que os anjos salvem o sobrinho de Avraham, Lot e sua família
da destruição. Acreditando que o mundo inteiro havia sido destruído, as
duas filhas de Lot embebedam o pai, para que ambas possam ficar
grávidas dele, e cada uma acaba tendo um filho.
Sara
é raptada por Avimelech, o rei de Guerar, que não
havia percebido que ela era casada. Hashem faz um milagre,
castigando-o com uma peste que o impede de tocá-la e informa Avimelech
que Sara é casada, quando então é imediatamente libertada.
Sara
concebe e dá a luz Itzchak (Isaac), e Avraham faz uma grande
comemoração. Sara vê Ishmael (o filho de Avraham com Hagar) como uma
ameaça ao bem-estar espiritual de seu próprio filho. Relutante a
princípio, Avraham segue a ordem de Hashem, de dar ouvidos à esposa,
expulsando Ishmael e Hagar de sua casa. Com Ishmael a ponto de morrer
de sede no deserto, Hashem escuta seus gritos e faz com que Hagar
encontre um poço de água e com isso o jovem é salvo.
Avraham celebra um pacto com Avimelech na cidade de Be'er
Sheva, e vivem em paz por muitos anos. A porção da Torá conclui com a akedá,
o altar, o décimo e último teste de Avraham, no qual ele demonstra sua
fé absoluta à ordem do Criador, de oferecer seu amado filho Itzchak em
sacrifício (akedá).
Na
história da Akedá (sacrifício de Itzchak), nós encontramos a
citação de dois animais: o primeiro a ser lembrado é um carneiro – o
qual associamos com a data de Rosh Hashaná; o segundo e bem
menos lembrado é o “chamor” – burro – que Avraham levou no
caminho ... Será que alguém saberia dizer qual a importância do “burro”
de Avraham nessa história?
A
resposta que podemos aprender ao freqüentarmos um “cheder” é que
ele serviu: “para carregar os achos de
lenha e a faca para imolar Itzchak”. Então, qual é a utilidade de
contarmos sobre o chamor? Afinal, nem Avraham e nem Itzchak
montou nele!
Apesar
de que esse chamor não carregou os patriarcas em sua
peregrinação ao Har haMoriá, normalmente ele serve para essa
finalidade também. Quando estudamos o Chumash Shemot,
encontramos um passuk que descreve como Moshe Rabenu utilizou
um chamor para carregar sua esposa e filhos ao seu destino.
E
então, ao pesquisarmos mais longamente no Tanach, encontraremos
a citação que trata de um chamor que não carregou a carga ou a
esposa e os filhos, mas sim ao próprio dono – esse é o chamor
de Mashiach!
Nossos
Sábios ensinam aqui uma lição muito valiosa: em hebraico, a palavra “chamor”
(burro) está ligada com a palavra “chomriut” (coisas materiais),
com a gashmiut (materialidade) que nós temos ao nosso redor.
Porém, nossas neshamot (almas) não estão no domínio da gashmiut.
Nossas neshamot estão no domínio de ruchniut –
espiritual. E como todos sabemos, nossas neshamot foram
mandadas aqui para esse mundo com
um
propósito: de elevar a materialidade e utilizar tudo o que aqui
está para servir Hashem.
Portanto, “usando o chamor para carregar cargas
significa que estamos usando a materialidade para servir a
Hashem. E esta é uma lição muito importante sobre o que um Judeu deve
realizar nesse mundo.”
Avraham
Avinu foi o primeiro que iniciou este tipo de “avodá” - serviço
Divino. A forma como ele usou seu chamor para carregar a carga
nos mostra que ele estava usando materialidade para ajudá-lo a
cumprir a ordem de Hashem. Nessa jornada de Avraham, foi a primeira vez
na história que este tipo de “avodá” foi realizado. E é por isso
que tão pouca coisa foi colocada sobre o chamor – somente os
itens que ele necessitava para a akedá.
Moshe
Rabeinu colocou sua mulher e filhos sobre o chamor. Pessoas que
são próximas a você são muito mais importantes do que ferramentas. E
isto nos mostra que nos muitos anos que se passaram de Avraham, na
época próxima de Matan Torá (outorga da Torá), muitas coisas
foram realizadas no sentido do material servir a Hashem. Nessa época,
já eram as pessoas que estavam sobre o chamor e não apenas a
carga.
Porém,
ainda estamos falando sobre a família de Moshe e não sobre Moshe mesmo!
E isto nos mostra o quanto o mundo ainda precisa trabalhar duro para
estar “sobre o chamor”, realizando mais mitzvot por
intermédio da materialidade no serviço de Hashem.
Quando
descrevemos a gueulá, nossos Sábios dizem que Mashiach, ele
mesmo, montará sobre o chamor. Então toda o mundo estará sendo
usado para o propósito ao qual ele foi criado, i.e. “servir a Hashem”!.
E “nesse dia a terra toda estará cheia do conhecimento de Hashem
assim como a água preenche o oceano”, (Isaias) – que seja em breve
em nossos dias!.
Adaptado
do Likutei Sichos, Vol. I, Parasha Vaierá
Bikur
Cholim
Uma vez, um dos
alunos de Rabi Akiva ficou gravemente doente. Todos os seus Sábios
mestres estavam ocupados, estudando e ensinando Torá. Nenhum deles teve
tempo para visitar o doente.
Quando Rabi Akiva
ficou sabendo que um de seus alunos estava de cama, doente e
completamente sozinho, largou todo seu importante trabalho, seus
estudos e aulas. "Vou visitá-lo", disse ele. Quando entrou no quarto do
doente, Rabi Akiva notou que o chão estava cheio de pó. "Varram!" -
disse aos alunos. Quando o quarto ficou limpo, o aluno doente se sentiu
bem melhor e agradeceu a Rabi Akiva.
A proprietária da
casa viu que o famoso Rabi Akiva viera visitar o aluno que era seu
inquilino. "Deve ser um discípulo importante!" - pensou. Imediatamente,
trouxe-lhe uma sopa nutritiva e começou a cuidar bem dele. Em pouco
tempo, o aluno, que tinha estado à beira da morte, se recuperou.
"Agora vocês podem
ver como é grande a mitzvá de Bikur Cholim
- visitar os doentes!" - ensinou Rabi Akiva aos seus alunos.
"Em primeiro lugar, ao visitarmos uma pessoa doente, vemos o que ela
necessita para poder ajudá-la. Mais ainda, um visitante que vê um homem
doente e fraco deitado na cama, reza: 'Por favor, Hashem, faça-o
melhorar!' Desta maneira ajuda-o a ficar curado.”
De forma prática
aprendemos que: "Um visitante anima a pessoa doente e assim ela pára de
pensar em suas dores e sofrimentos; ajudando em sua recuperação,
olhando por suas necessidades; também ajuda que outros cuidem e dêem
atenção àquele que está necessitado; completando, o Zohar diz que ele “reparte o fardo”, levando embora uma parte da
doença."
Assim
como a nação de Israel começou a existir através do milagre do
nascimento de Itzchak de uma mãe idosa, assim também Hashem assegura
nossa continuidade com inúmeros milagres ao longo da história. A
haftará desta semana narra alguns dos milagres que o profeta Elishá
realizou, vejamos quais são:
Em
um momento, a viúva do profeta Ovadia é salva de um credor implacável,
quando seu último jarro de azeite é abençoado de forma miraculosa. Com
esse pequeno cântaro, ela consegue encher todas as vasilhas, que ela
tinha em casa, com azeite. E assim ela logra êxito em conseguir
dinheiro para pagar todas as dividas.
Em
outro momento, Elishá promete a seus anfitriões anciãos um filho que
haveria de nascer ainda neste mesmo ano. O filho nasce e cresce, porém
um dia fica doente, sofre um colapso e cai morto. A mãe, Shulamit, vai procurar Elishá; Elishá vem com
ela e ressuscita o menino.
Qual
a relação da nossa haftará com a porção dessa semana?
Apesar
de que Avraham e Sara eram ambos idosos, Hashem lhes deu um filho. De
forma semelhante, na Haftará desta semana, Hashem abençoa a mulher, Shulamit, e seu marido com uma criança.
Porque
então a haftará começa com um incidente completamente diferente - o
milagre do óleo enchendo vasilha após vasilha, até que a pobre viúva do
Profeta Ovadia enriquece? E qual é a conexão entre as três mulheres?
A
resposta é que elas eram extremamente caridosas. Até mesmo atualmente,
Sara é o modelo da mulher judia. Sua vida
era uma constante ocupação com as visitas e ensinando a elas sobre
Hashem. A esposa de Ovadia, descrita na haftará, e Shulamit
também eram heroínas de bondade. Todas as três exemplificam o modelo da mulher judia para todas as gerações.
Adaptado do Rabino Shimshon Rafael
Hirsch no "The Midrash Says"
1
maço de acelga
1/2
cebola cortada em rodelas finas
2
tomates cortados em rodelas
azeite
sal
Recheio
1/2
maço de salsa picada
suco
de 1 limão grande
1/2
xícara (chá) de grão-de-bico
5
tomates cortados em quadradinhos
1
pouco de hortelã
1
xícara (chá) de arroz
azeite
sal
pimenta
síria
Preparo
Comece
pelo recheio: descasque o grão-de-bico e leve-o para cozinhar. Antes
que fique bem cozido, tire-o do fogo e escorra a água. Misture com
arroz, os tomates, a salsa e a hortelã (se quiser). Tempere com sal,
limão e pimenta síria. Regue com azeite.
Então, lave as folhas de acelga em água quente e, logo em seguida, em
água fria. Recheie e enrole em forma de charuto. À parte, forre uma
panela com os talos de acelga, a cebola e os tomates. Cubra com os
charutinhos e cozinhe em água e sal.
“Não passe de vosso
servo” Bereshit 18,3
A guemará, em Shabat
127, aprende destas palavras que saudar convidados é um ato maior
do que receber a própria Shechiná. E por que é assim? Porque
quando alguém recebe seu amigo ou um dignitário como convidado, não é
um grande feito tratar o convidado com entusiasmo e carinho; talvez
devido a uma relação de proximidade entre eles ou até mesmo devido a posição exaltada do convidado. Contudo, quando
alguém recebe calorosamente o filho de seu amigo, alguém de que ele não
possui nenhuma relação, isto demonstra um verdadeiro interesse por seu
amigo. Desde que todos nós somos “banim
laShem” - filhos de Hashem, quando nós
recebemos adequadamente um convidado, nós mostramos nosso amor por
Hashem até mais do que quando nós o recebemos.
Das palavras do Admor de Slonim, Rav Sholom Barzhevski
“do
jeito de Hashem de fazer tzedaká...” Bereshit
18:19
Qual
é o significado do passuk: “Tu deverá andar frente ao S-nhor teu Hashem”? E por acaso é possível
para um ser humano andar frente a Hashem, que é descrito como um “fogo
que consome”? Porém, o significado disso é que nós devemos seguir
os atributos de Hashem. Portanto vejamos como, segundo o Talmud, Sotah
14a, devemos fazer:
Hashem
veste ao desnudo, como está escrito: “e Hashem fez para Adam e sua
esposa casacos de pele e vestiu eles”,
Bereshit 3:21; e assim também nós devemos vestir o desnudo.
Hashem
visita o doente, como está escrito: “e Hashem apareceu para ele(Avraham)
na planície de Mamré”; e assim também nós devemos visitar o doente.
Hashem conforta o
enlutado, como está escrito: “e isto veio a acontecer após a morte
de Avraham, que Hashem abençoou Itzchak seu filho”, Bereshit 25:11;
e assim também nós devemos confortar o enlutado.
Hashem
sepulta o morto, como está escrito: “e Ele sepultou a ele (Moshe)
no vale”, Devarim 34:6; e assim também nós devemos sepultar o morto.
“E
veio a acontecer após estas coisas...”
Bereshit,
22:1
O
Midrash Raba apresenta a seguinte Agadá sobre esse passuk:
“Itzchak e Ishmael estavam engajados em uma discussão. Ishmael disse
para Itzchak: ‘Eu sou mais querido para Hashem que você, pois eu fui
circuncidado na idade de treze anos, mas você foi circuncidado quando
bebê e não pode recusar.’ Ao que Itzchak contesta: ‘Tudo o que
você deu para Hashem foram três gotas de sangue. Porém veja, eu estou
agora com trinta e sete anos e se ainda Hashem desejasse de mim que eu
fosse sacrificado, eu não recusaria.’ Disse o Santo, abençoado seja
Ele: ‘Este é o momento!’”
A
lição que podemos tirar desse Midrash Agadá é de que: Judaísmo
não é um problema de consciência histórica, ou de perspectiva, ou de
ética ou de comportamento; é sim um estado de ser! E este é o
significado mais profundo da discussão entre Ishmael e Itzchak.
Quando
o Judeu é circuncidado no oitavo dia de vida, ele está completamente
inconsciente do significado do que ocorreu. Mas esta "não-experiência"
é precisamente o que o pacto da circuncisão significa. Com a
circuncisão o Judeu diz: “Eu defino meu relacionamento com Hashem não
pelo que eu penso, sinto ou faço, mas pelo fato do meu Judaísmo” - um
fato que igualmente se aplica a um nenê de oito dias e a um Sábio de
oitenta anos.
Das
palavras do Lubavitcher Rebe